Infelizmente, hoje é o nosso último dia de postagens... ;( Por isso, estamos aproveitando para tirar o atraso de alguns dias sem postar, decorrente de uma árdua semana de provas. Hoje vou falar sobre um tipo pouco conhecido de diabetes, que não mencionamos ainda: a diabetes gestacional.
Diabetes gestacional (DG) é qualquer grau de intolerância à glicose que se inicia ou é diagnosticado pela primeira vez durante a gestação. Desta forma, não elimina aqueles casos em que a paciente já possuía a doença, porém não tinha conhecimento dela. Por isso, pacientes com diabetes gestacional devem ser reavaliadas após a gestação.
Causa
A patogênese da DG não é bem esclarecida. Sabe-se que a gestação está associada a um grau de resistência insulínica e acredita-se que as gestantes que desenvolvem DG possuem uma resistência mais acentuada associada a uma diminuição da reserva de insulina. Por isso pacientes com DG possuem um risco maior de desenvolvimento de Diabetes tipo 2, uma vez que a patogênese da doença é a mesma.
Diagnóstico
A identificação da doença pode ser realizada na primeira consulta pré-natal com um teste de glicemia de jejum. Se o valor for maior que 85 ou 90 mg/dl (de acordo com cada serviço), o rastreamento é considerado positivo e indica a necessidade de um teste diagnóstico. O diagnóstico consiste no teste de tolerância com sobrecarga oral (TOTG) de 75g de glicose. De acordo com a OMS, ele deve ser realizado entre 24 e 28 semanas de gestação, exceto nas gestantes de alto risco ou aquelas que tiverem rastreamento positivo. Nestas pacientes a realização do teste deve ser mais precoce, em geral na 20ª semana.
Fatores de risco para Diabetes Gestacional:
- Idade (mais comum em mulheres acima de 25 anos).
- Obesidade ou ganho excessivo de peso na gravidez atual.
- Deposição central de gordura corporal.
- História familiar de diabetes em parentes de 1º grau.
- Baixa estatura.
- Crescimento fetal excessivo, polidrâmnio, hipertensão ou pré-eclâmpsia na gravidez atual.
- Antecedentes obstétricos de morte fetal ou neonatal, macrossomia ou diabetes gestacional.
Tratamento
O tratamento inicial consiste em dieta para diabetes. Geralmente calcula-se a mesma com 30 a 32 Kcal/Kg, limitando a quantidade de carboidratos em 40% do total de calorias; a partir do segundo trimestre é acrescentado 300 Kcal/dia. Os adoçantes artificiais devem ser utilizados com moderação. Se os níveis de glicemia de jejum não permanecerem menores que 95 mg/dl ou 2h pós prandial menor que 120 mg/dl, deve-se iniciar tratamento com insulina (os hipoglicemiantes orais estão contra-indicados na gestação).
Além do grau de controle glicêmico, o crescimento fetal também pode indicar a necessidade de insulinoterapia. Se a circunferência abdominal fetal, medida entre 29 e 33 semanas de gestação, for maior ou igual ao percentil 75, devemos intensificar o tratamento com início de insulina. A atividade física moderada está indicada desde que não haja contra-indicações (sangramento, etc), pois melhora o controle glicêmico.
O parto
O DG não é uma indicação para parto cesáreo ou parto antes de 38 semanas completas de gestação; entretanto, após este período o risco de macrossomia é maior. Desta forma, se o feto for viável, deve-se programar o parto para a 38ª semana.
Referências:
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